O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Roberto Busato, manifestou hoje (20) preocupação com o clima da campanha eleitoral deste ano, que a seu ver tende perigosamente à radicalização. "Vejo com apreensão essa eleição, que deverá ser uma das mais violentas do Brasil", afirmou em entrevista."O clima pré-eleitoral já está sendo radicalizado e a campanha tende a ser complexa e bastante radical'', acrescentou, informando que a entidade apoiará o Tribunal Superior Eleitoral em suas ações para evitar a radicalização política com prejuízos à sociedade. Busato está em Campo Novo de Parecis para inauguração da sede da Subseção da OAB.
Na avaliação de Roberto Busato, a campanha eleitoral deste ano, a julgar pelos indícios até o momento, não deve ter como base temas fundados em propostas ou no debate das idéias. Para ele, o clima pré-eleitoral já está demonstrando o que o eleitor vai ver no horário eleitoral gratuito. Ele teme que o eleitor seja o maior prejudicado diante de um eventual clima de radicalização. ''Não é bom para o povo e nem para o País, o quadro que está se desenhando", observou.
O presidente nacional da OAB disse que a entidade defende uma campanha eleitoral fundamentada no debate de propostas, que eleve a conscientização do eleitor e conduza a uma cidadania ativa. "Certamente que uma campanha propositiva seria muito melhor, mas não é o que estamos vendo", salientou. "A radicalização será dos dois lados, pelo que já pudemos notar nesse período que antecede as eleições e devem ocorrer difamações e retaliações, o que é ruim".
Busato afirmou que a sociedade precisará estar atenta "para separar o joio do trigo, tirando do ar aquilo que esteja sendo ofensivo e que não agregue nada para o eleitor''. Ele disse que a entidade dos advogados defende que as ações judiciais, no caso da campanha, sejam mais constantes tanto para impugnação de candidaturas, quanto dos seus resultados. Lembrou que nesse sentido a OAB e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançaram a Campanha Nacional de Combate à Corrupção Eleitoral, que trabalhará a conscientização política, de um lado, e a fiscalização contra a corrupção, como compra de votos, de outro.
Ele pediu que tanto as entidades que participam da campanha quanto a Justiça Eleitoral e todos os segmentos da sociedade organizada, vigiem o processo eleitoral, cuidando para evitar abusos. "É importantíssimo que todos os brasileiros fiscalizem esse pleito, até porque o desejo do povo é um País melhor representado'', afirmou o presidente da OAB.