Os presidentes de subseções da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso, reunidos em Sinop, emitiram uma moção de apoio aos agricultores do Estado. A nota também foi encaminhada ao Conselho Federal da OAB para que sejam adotadas medidas urgentes para busca de solução dos problemas enfrentados pelos produtores. Esta é a terceira semana de protestos dos agricultores.
"A sociedade mato-grossense, assiste estarrecida a condição de insolvência em que se vê envolvida a classe produtora do pais e em especial do Estado de Mato Grosso" diz o documento, ao avalizar as críticas a falta de uma política econômica voltada para o agronegócio, mola mestra do desenvolvimento econômico do Estado e setor responsável pelo maior volume de divisas que ingressam no pais".
No documento, encaminhado ao Conselho Federal da OAB, em Brasília, os presidentes de subseções dizem entender que o quadro é "extremamente preocupante" por causa dos que vem causando nas relações econômicas e sociais, com demissão de trabalhadores, enfraquecimento das atividades empresariais, e sobretudo, da condição em que se encontrarão as terras agricultáveis de Mato Grosso, a persistir esta situação de verdadeiro caos".
"Os números apresentados até aqui são extremamente preocupantes. A queda do dólar, devido a política cambial brasileira, solapou a renda dos produtores, levando esta aguerrida classe ao verdadeiro estado de pobreza absoluta" observa a moção, que lamenta a inércia do Governo Federal no que diz respeito a tomada de posição a cerca da necessária manutenção do crédito, renegociação das dividas com os bancos, bem como com as empresas financiadoras do agronegócio, medida esta fundamental e imprescindível à viabilização do novo plantio.
Os presidentes de OAB no Estado dizem ainda estranhar que a atual política econômica adotada pelo Governo Federal privilegia de forma injusta o capital especulativo, em detrimento de toda a cadeia produtiva nacional. Eles ainda questionam quem interessa a tal política de total massacre a classe produtora brasileira, já que "as conseqüências nefastas chegam as raias de subjugar a soberania nacional".
Finalizando, eles consideram "uma vergonha a possibilidade de, já no ano que vem, em função da crise que se alastra no agronegócio, o Brasil ter que passar a condição de importador de alimentos". "Isso significa uma derrota acachapante da classe política brasileira e a confirmação da incompetência pública" conclui.