O corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Humberto Gomes de Barros, que é magistrado também do Superior Tribunal de Justiça, criticou hoje (28) as manobras no Legislativo para tentar prorrogar até dezembro, o prazo fixado na lei eleitoral para troca de partido dos candidatos às eleições gerais de 2006. De acordo com a lei dos partidos políticos (lei 9096/95), a mudança de filiação termina nesta sexta-feira, dia 30. "Nada feito de última hora é bom", analisou o ministro, que debateu o tema num painel na XIX Conferência Nacional dos Advogados. Na sua opinião, a mudança na regra de filiação partidária vai perpetuar a infidelidade partidária.
O corregedor-geral do TSE, condenou também o uso do caixa dois em campanhas eleitorais, e a influência do poder econômico nas eleições, como ficou demonstrado na chamada crise do mensalão. Ao comentar o suposto envolvimento no esquema de corrupção, do PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Humberto Gomes de Barros afirmou que se sentiu frustrado como muitos brasileiros. Segundo ele, o desvio de rota do partido que antes encarnava bandeiras de mudança, "foi uma frustração total, minou-se todas as nossas expectativas".