Conselheiros da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso realizarão nesta sexta-feira, às 15 horas, durante sessão plenária, um ato de protesto, seguido de leitura de um manifesto, que critica a impunidade em relação ao atentado que a entidade sofreu há 25 anos, ocasião em que uma carta-bomba foi endereçada ao então presidente do Conselho Federal, Eduardo Seabra Fagundes, no Rio de Janeiro. A carta-bomba vitimou a funcionária Lydia Monteiro da Silva, de 55 anos. O atentado é atribuído a grupos extremistas de direita.
A morte de Lydia Monteiro marcou profundamente a Ordem dos Advogados do Brasil desde o primeiro instante. O Conselho Federal empenhou-se em ver o caso apurado, mas não teve êxito. Vários apelos foram realizados na primeira sessão, logo após o atentado, quando a exaltação era predominante e no ano de 1994, quando a OAB tentou em vão desarquivar o caso. Até hoje o nome Lyda Monteiro da Silva aparece como um estigma de impunidade ressaltando a inoperância e a desatenção do governo com relação aos setores contrários à abertura do regime.
"Lamentamos profundamente esse episódio na vida nacional. Infelizmente a luta pela democracia foi feita com mártires e dona Lydia Monteiro da Silva integra o rol daqueles que deram sua vida por esse ideal" assinalou o presidente da OAB, Francisco Faiad. Segundo ele, o manifesto é importante para que a sociedade tenha sempre viva em seu coletivo a importância da participação efetiva no controle dos destinos da Nação.