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Fórum cobra "posição clara" de Maggi sobre a Ferronorte

27/07/2005 18:11 | Movimento

    O governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, será instado a se posicionar de forma clara e contundente sobre a ação política para que seja assegurado o traçado original da Ferronorte até Cuiabá. Além de se posicionar, os representantes do Fórum Pró-Ferrovia disseram nesta quarta-feira, durante entrevista coletiva na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que vão pedir o engajamento político do governador para as ações necessárias que visam, entre outras coisas, assegurar os recursos necessários para a retomada do empreendimento, cujas obras estão paralisadas há dois anos na cidade de Alto Araguaia,

    "Para nós, até hoje não ficou claro a posição do governador Blairo Maggi neste processo. Ele  já foi convidado várias vezes para participar do movimento, mas não fez um gesto de boa vontade. Mas a esperança é a última que morre" - disse a secretária-adjunto da OAB Luciana Serafim, membro permanente do Fórum Pró-Ferrovia. O presidente do Fórum , vereador Francisco Vuolo, também disse que espera uma posição firme de Maggi. Inclusive, disse que o Fórum pretende agendar uma audiência com o governador.

    O componente político é considerado pelos integrantes do Fórum Pró-Ferrovia como peça fundamental para assegurar o cumprimento do contrato de concessão, assinado entre o Governo Federal e a Ferronorte. Segundo Vuolo, somente com uma postura política firme é que será possível superar as influências internas e externas, expressamente manifestadas contra a ferrovia. Entre elas, ele citou a própria pressão internacional. O dirigente do Fórum assinalou que vem considerando a postura do presidente Lula em torno do assunto bastante satisfatória. Na reunião na sede do  Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), hoje principal acionista do empreendimento, foi confirmado investimentos de R$ 900 milhões a serem usados na recuperação da malha.

    A luta do Fórum Pró-Ferrovia ainda é originária: garantir o traçado até Cuiabá. Para isso, na reunião no BNDES, foi solicitado aporte de recursos na ordem de R$ 2 milhões para custear a elaboração do estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental, o EIA-Rima para o trecho de Mineirinho até Cuiabá. A extensão a ser estudada é de 210 quilômetros. Francisco Vuolo detalhou que ficou definido que o assunto será encaminhado na próxima reunião do Conselho de Administração da ferrovia. Por ser acionista majoritário, o BNDES deverá apresentar a proposição.

    O caminho dos trilhos pela burocracia até Cuiabá, por outro lado, é grande. Apesar do aporte financeiro de 900 milhões agora, não está previsto por enquanto a retomada da obra paralisada no Sul de Mato Grosso. O empresário Luiz Garcia, da Federação das Indústrias de Mato Grosso, calculou que dentro de um ano e meio sejam feitos novos investimentos na expansão da malha ferroviária da Ferronorte. "Acredito que de 6 a 8 anos no máximo ouviremos o apito do trem em Cuiabá" aposta Francisco Vuolo.

     As condições para que os trilhos da Ferronorte cheguem a Cuiabá, de acordo com Vuolo, estão sedimentados em vários fatores. "Os caminhões em Mato Grosso estão sendo usados como armazéns" disse Margareth Buzetti, que representa o Distrito Industrial no Fórum Pró-Ferrovia. No DI estão instaladas atualmente 80% das distribuidoras de combustíveis e quatro das seis esmagadoras de soja. Há 200 empresas que exportam e importam produtos. Há ainda o "Porto Seco" da Receita Federal. Cuiabá tem o maior entroncamento rodoviário do Estado e é o maior centro consumidor, junto com Várzea Grande.   
 
 
 
 
 


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